Jornada Analitica
Por que Jornada Analítica? Porque temos de tratar como uma maratona e não como corrida de 100 metros.

Retomando nossos textos, no post de hoje vamos falar sobre a Jornada Analítica. A idéia é darmos uma visão de como os projetos de Analytics vão evoluindo com o tempo, desde o seu início até onde entendemos que poderão ir com as tecnologias disponíveis atualmente. E por que esse nome? Porque quando falamos desses projetos, temos de tratar como uma maratona e não como corrida de 100 metros. É sobre isso que tentarei explicar nesse post.

Todas empresas ou órgãos públicos de alguma maneira já começaram o que vamos chamar de Jornada Analítica. Isso nada mais é do que terem iniciado algum projeto que trabalhe os dados para gerarem algum tipo de informação, podendo estar no estágio inicial, intermediário ou avançado.

Tudo começa com algum projeto que envolva a extração de dados dos sistemas transacionais ou planilhas, onde trabalha-se esse dado através de rotinas de ETL e disponibiliza-se noutro banco com estrutura (talvez dimensional) voltada para consultas, podendo ser um Data Mart ou simplesmente um “tabelão” de dados separado do transacional. Esse é o nível primário da sua jornada analítica, ou seja, você está fazendo alguma coisa para entregar informações para seu usuário final, seja por meio de alguma ferramenta especialista de querie report ou planilhas eletrônicas.

É natural que após as primeiras entregas que os usuários comecem a pedir informações mais sofisticadas, exigindo que você adicione, integre, agregue mais fontes de dados e dê a eles autonomia com flexibilidade para construírem suas visões de negócios, ou seja, a partir desse momento será imperativo construir um ambiente específico voltado para apoio à decisão. No estágio intermediário, dificilmente você conseguirá fugir da construção de um Data Warehouse com Data Marts para dar aos usuários aquilo que te exigem, além de entregar ferramentas de querie report e data discovery para eles explorarem as bases disponibilizadas.

Isso não é ruim de maneira nenhuma. Apenas demonstra que sua maturidade analítica está em ascensão e no caminho certo. O único porém é que fica bem mais trabalhoso o processo, pois conforme as coisas irão crescendo é normal que o volume trabalho aumente, mas você tem um leque bastante grande de ferramentas que te apoiarão nessas tarefas.

Geralmente quando esses ambientes estiverem em pleno uso, iniciarão os debates acerca da evolução e melhorias deles. O próximo passo provavelmente irá em direção ao uso de análise preditiva pois, já temos os dados integrados, limpos e disponíveis num ambiente propício, agora devemos adicionar fontes externas e não estruturadas (Twitter, Facebook, IoT e etc.) com o objetivo de enriquecer a visão de negócios.

O ponto de atenção é que quando iniciamos a inclusão desses dados, fica humanamente impossível analisar e tomar decisões na velocidade que os negócios exigem porque os dados viram Big, Big Data – aqui entra esse conceito com suas tecnologias apropriadas. Para isso é fundamental a automação das análises para descobrirem padrões, gerarem indicadores e disponibilizarem as informações com alto grau de assertividade para tomada de decisões. Isso só será possível com o uso de análise preditiva, que são tecnologias que mergulham nesse universo de dados e através de algoritmos conseguem ver e correlacionar informações de maneira muito rápida, que um humano levaria muito tempo para conseguir e talvez nem conseguirá.

É bastante natural que o próximo passo seja dado em direção a inteligência artificial (Artificial Intelligence) que são softwares com a capacidade de aprender e raciocinar simulando o raciocínio humano. A próxima etapa será em direção ao aprendizado de máquinas (Machine Learning), que terão a capacidade de aprender, sem necessidade de programação, sobre esses padrões,  direcionarem as decisões de acordo com o que já aconteceu e podem tomar decisões de maneira automática ou sugerindo aos gestores os melhores cenários possíveis com as devidas consequências, para que eles, decidam qual caminho seguir.

Quando você chegar aqui, caso ainda não tenha chegado, será possível afirmar estará no nível avançadíssimo da sua jornada analítica.

Antes de finalizar, gostaria de colocar algumas questões para debate, seja aqui no blog, na sua empresa ou órgão público.

Você se vê em qual estágio da sua jornada?

Já está planejando o próximo passo ou está em processo de implementação?

Até agora, quais foram seus principais desafios e o que você aprendeu com eles?

E para finalizar, gostaria de deixar as seguintes reflexões. Qual é a parte mais importante dessa jornada? Sem dúvida o dado. Sem ele nada irá acontecer. Ele é o combustível das empresas e órgãos públicos.

Não importa onde você esteja nessa jornada analítica, o mais importante é que você já está fazendo algo e avançando.

Projetos dessa envergadura não se fazem da noite para o dia, não há milagres. Eles necessitam de planejamento, esforço, engajamento, time, governança, tempo e disciplina para tenham sucesso.

Acredito que nenhum negócio será inteligente sem ter por trás uma forte base analítica. Não será possível conhecer a sua empresa sem isso e como costumo dizer sempre para meus amigos, hoje em dia tudo acaba num dashboard.

Até o próximo.